Tem coisas que passam pela vida da gente sem que as percebamos e só depois, quando não mais existem, sentimos sua falta. Uma dessas coisas, para mim, é o Palácio Monroe que, inacreditavelmente, não lembro ter visto. Dá uma raiva danada porque de 1970, quando vim do Rio Grande do Sul, até 1976, ele esteve ali, à disposição, quando foi demolido por uma vingança torpe do General Geisel, como conta o Paulo Afonso no Alma Carioca (de onde chupei a foto acima). Meus caminhos eram diferentes. Morava em Niterói, tinha alguns familiares em Copacabana e Leblon, ia muito à rodoviária e, definitivamente, a Cinelândia não estava no meu itinerário. Ou, se cheguei a ver o magnífico palácio, não guardei na memória.
Anos mais tarde, quando trabalhei no Palácio Tiradentes para o jornal Opção, fiquei sabendo que o Monroe sediara o Senado Federal, tão pertinho do povo que dificilmente se veriam lá imoralidades como as que vemos hoje.
Dá para imaginar, ali na Cinelândia, um grupo de vinte e cinco senadores contando os votos e garantindo já ter número suficiente para acabar com o dinheiro que proporciona nada menos que 87% do programa Bolsa Família? Sairiam do Palácio nos braços do povo, não é mesmo? São eles os heróis patriotas que, desprendidamente, pretendem proteger nossos impostos da turba ignara:
--DEM--
Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA)
Ademir Santana (DEM-MA)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Efraim Moraes (DEM-PB)
Eliseu Rezende (DEM-MG)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Jonas Pinheiro (DEM-MT)
José Agripino (DEM-RN)
Kátia Abreu (DEM-TO)
Jaime Campos (DEM-MT)
Marco Maciel (DEM-PE)
Maria do Carmo Alves (DEM-PE)
Raimundo Colombo (DEM-SC)
Rosalba Ciarlini (DEM-RN)
- - PSDB - -
Arthur Virgílio (PSDB-AM)
Marisa Joaquina Monteiro Serrano (PSDB-MS)
Sérgio Guerra (PSDB-PE)
Mário Couto Filho (PSDB-PA)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Alvaro Dias (PSDB-PR)
João Tenório (PSDB-AL)
Marconi Ferreira Perillo Júnior (PSDB-GO)
Papaléo Paes (PSDB-AP)
Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
--PMDB--
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Nas ladeiras do Rio
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Bar Brasil centenário
O dia exato ninguém sabe dizer. Mas os mais antigos garantem que em novembro de 1907 saiu das famosas serpentinas o primeiro de um dos mais celebrados chopes do Rio de Janeiro, o do Bar Brasil. Mesmo sem saber o dia certo, José Riveiro, dono da casa, fez questão de comemorar a data em grande estilo, abrindo as portas à freguesia que brindou o centenário da casa com muito chope, kassler, lingüiça e salsicha, tudo por conta da casa.
José Riveiro festeja os cem anos do Bar Brasil
A diretoria reuniu-se cedinho para abrir os trabalhos
A freguesia mais antiga vai chegando aos pouquinhos, mas o lugar é cativo
O garçom Ésio Bessa, há 44 anos na casa
O barman Fernando, responsável pelo melhor chope da cidade
Logo o salão ficou lotado
Teve até reencontro emocionado
E sobraram brindes e promessas de presença garantida no próximo centenário
José Riveiro festeja os cem anos do Bar Brasil
A diretoria reuniu-se cedinho para abrir os trabalhos
A freguesia mais antiga vai chegando aos pouquinhos, mas o lugar é cativo
O garçom Ésio Bessa, há 44 anos na casa
O barman Fernando, responsável pelo melhor chope da cidade
Logo o salão ficou lotado
Teve até reencontro emocionado
E sobraram brindes e promessas de presença garantida no próximo centenário
sábado, 24 de novembro de 2007
A linha não quis o bonde
Pousar nos trilhos o bondinho pousou. Mas como pode um bonde pousar? Pousando, ora! Ele desce do caminhão que o carregou até a rua Joaquim Murtinho e pousa sobre os trilhos, simples. Só não vai andar tão cedo, para frustração do Leonardo e Pedro, os dois primeiros passageiros que tomaram o lugar do motorneiro ali na foto. É que a moderníssima tecnologia VLT fez com que algumas peças ficassem tão rentes ao chão que o resultado foi o da foto abaixo: ao andar, raspam nos paralelepípedos devido a um desnível nos lugares onde os trilhos não sofreram restauração. Nos bondes, diferente do trem e do metrô, são dois pares de trilhos, um para o lado direito, outro para o esquerdo. A roda se apóia no trilho de fora. Com o passar do tempo, o terreno e os dormentes cedem. Com isso o trilho de dentro, de alinhamento das rodas, fica mais alto. No sistema antigo tudo bem, o bonde fica lá no alto. Mas no novo... Parece até que os antigos trilhos resolveram rejeitar a modernidade. E com razão, é preciso adaptá-los.
Resultado: ou se alinham os trilhos ou levanta-se o bonde. Assim, bonde novo só em julho, diz o secretário de Transportes.
Mas ficou uma gracinha e, promete-se, muito mais confortável que antes.
Quanto aos estribos, é aquilo mesmo. São fixos. Ou seja, permitirão caronas e crianças perderão braços e pernas sob as rodas de ferro. Antigamente, os estribos iam de um a outro parachoque. Há pouco mais de dez anos, alguma inteligência do Departamento de Bondes decidiu cortar os estribos deixando-os apenas no espaço correspondente aos bancos de passageiros. Isso para evitar caronas dos lados das cabines.
Certa vez, ao descer do bonde no Largo das Neves, já com o veículo parado, botei o pé justamente onde não havia mais estribo e, por pouco, não me esborrachei no chão. Pouco tempo depois, também no Largo das Neves, um passageiro desceu com o bonde andando. Botou o pé no ex-estribo e foi parar deitado de costas sobre o trilho. Berrei para o motorneiro que conseguiu fazer o bonde parar, já com a roda dianteira esquerda entre as pernas do rapaz, a dez centímetros de cortá-lo em dois no sentido longitudinal. Subir ou descer do bonde andando é sempre um perigo.
Resultado: ou se alinham os trilhos ou levanta-se o bonde. Assim, bonde novo só em julho, diz o secretário de Transportes.
Mas ficou uma gracinha e, promete-se, muito mais confortável que antes.
Quanto aos estribos, é aquilo mesmo. São fixos. Ou seja, permitirão caronas e crianças perderão braços e pernas sob as rodas de ferro. Antigamente, os estribos iam de um a outro parachoque. Há pouco mais de dez anos, alguma inteligência do Departamento de Bondes decidiu cortar os estribos deixando-os apenas no espaço correspondente aos bancos de passageiros. Isso para evitar caronas dos lados das cabines.
Certa vez, ao descer do bonde no Largo das Neves, já com o veículo parado, botei o pé justamente onde não havia mais estribo e, por pouco, não me esborrachei no chão. Pouco tempo depois, também no Largo das Neves, um passageiro desceu com o bonde andando. Botou o pé no ex-estribo e foi parar deitado de costas sobre o trilho. Berrei para o motorneiro que conseguiu fazer o bonde parar, já com a roda dianteira esquerda entre as pernas do rapaz, a dez centímetros de cortá-lo em dois no sentido longitudinal. Subir ou descer do bonde andando é sempre um perigo.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Novo bonde em novos trilhos
Para inaugurar O Meu Rio de Janeiro nada melhor, claro, do que imagens de Santa Teresa, o mais charmoso dos mais charmosos bairros da mais charmosa cidade do mundo que, finalmente, parece, receberá de volta o seu sistema de bondes (só em Santa Teresa, infelizmente, ainda) funcionando a pleno vapor. Ou, mais exatamente, eletricidade, energia que os move há mais de cento e dez anos.
O bondinho da foto (de divulgação), restaurado em Três Rios, recebeu moderníssima plataforma VLT (veículo leve sobre trilhos), com motor mais potente e super-econômico, ideal para esses tempos de economizar todo tipo de energia, inda mais a elétrica. O plano é fazê-los circular com a regularidade de um sistema de transportes civilizado.
E para receber essas belezas, a Secretaria de Transportes está concluindo, como se vê na foto abaixo (essa é minha mesmo) a restauração dos trilhos e substituição dos dormentes.
Detalhe importantíssimo: onde estão os estribos, onde os caroneiros tanto gostam de viajar e que foi responsável nesse mais de século, por dezenas de amputações de pernas e braços de passageiros? Pois é, parece (especulo) que tem um sistema de recolhimento para o bonde andar. Confiro amanhã, quando o possante pousar novamente nos trilhos da rua Joaquim Murtinho.
O bondinho da foto (de divulgação), restaurado em Três Rios, recebeu moderníssima plataforma VLT (veículo leve sobre trilhos), com motor mais potente e super-econômico, ideal para esses tempos de economizar todo tipo de energia, inda mais a elétrica. O plano é fazê-los circular com a regularidade de um sistema de transportes civilizado.
E para receber essas belezas, a Secretaria de Transportes está concluindo, como se vê na foto abaixo (essa é minha mesmo) a restauração dos trilhos e substituição dos dormentes.
Detalhe importantíssimo: onde estão os estribos, onde os caroneiros tanto gostam de viajar e que foi responsável nesse mais de século, por dezenas de amputações de pernas e braços de passageiros? Pois é, parece (especulo) que tem um sistema de recolhimento para o bonde andar. Confiro amanhã, quando o possante pousar novamente nos trilhos da rua Joaquim Murtinho.
Assinar:
Postagens (Atom)